Do El País - Pedro Cifuentes
No topo do caso Petrobras, que investiga o
possível desvio organizado de mais de 9 bilhões de reais e está abalando as estruturas
institucionais do Brasil, está um juiz federal de 42 anos: Sergio Moro,
considerado um dos maiores especialistas em lavagem de dinheiro do país (senão
o maior). No último dia 14, ao assinar uma ordem de prisão contra 21 dos
membros mais ricos e poderosos do establishment empresarial, ele se tornou
também uma das personalidades mais respeitadas e comentadas do país.
Nas ruas de
Curitiba, onde o escritório de Moro centraliza as investigações da Operação
Lava Jato, o magistrado já é uma figura popular. “Ele é um juiz com impulso,
não se detém diante de nada”, afirma o diretor de uma importante emissora local
que tenta dissimular seu entusiasmo. Outros jornalistas intervêm para elogiar
seu “sentido de justiça”.
A crescente
reputação de Moro intimida até os advogados de defesa dos 13 empresários ainda
presos. “Ele tem muito respaldo na Justiça Federal”, reconhece Pedro Henrique
Xavier, advogado da importante construtora Galvão Engenharia SA. Na delegacia
da Polícia Federal onde dividem a cela e prestam depoimentos os milionários
detidos, os letrados reclamam diariamente porque seus clientes ainda não
abandonaram a cadeia.
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