Conselhos, Dilma não aceitava sequer de
Leonel Brizola, mesmo tendo sido fundadora do PDT. De lá para cá, aumentaram
sua presunção e arrogância, exceção aberta apenas para o Lula, e, mesmo assim,
sem cumprir a maior parte das recomendações que tem recebido.
Dessa forma, são diminutas as possibilidades
de a presidente seguir a mais preciosa das sugestões a ela feitas em meio à
violenta crise de credibilidade que afeta seu governo. Coube ao senador Pedro
Simon, da tribuna, propor a Dilma seguir o exemplo de Itamar Franco, talvez o
único presidente da Nova República a ostentar imagem aceita pela maioria da
população.
Deveria a chefe do governo, enquanto há
tempo, reunir os presidentes de todos os partidos, mesmo os de aluguel,
expondo-lhes a necessidade de uma política comum de salvação nacional. Ainda
que boa parte dos dirigentes partidários seja olhada de viés pela opinião
pública, o conjunto supriria as deficiências de cada parte. A pauta seria a
composição de um ministério onde os partidos abririam mão de seus feudos e
apoiariam, fora do fisiologismo em voga, uma equipe selecionada entre os
melhores de cada setor. Mesmo que nenhum deles pertencesse a partidos ou grupos
partidários.
Concluiu o senador gaúcho que o Congresso
daria respaldo a um amplo programa de recuperação econômica e política, dada a
premência com que se torna imprescindível mudar as instituições para evitar a
desagregação nacional. Seria impossível negar apoio a um plano situado acima e
além das querelas políticas e partidárias de hoje,
Querem saber quando a presidente Dilma
adotará essa estratégia? Nem no dia em que o Sargento Garcia prender o Zorro.
Menos por sua subordinação ao Lula, mais pela sua personalidade singular de
dona de todas as verdades absolutas.
Pedro Simon não perdeu seu tempo ao propor
uma saída para a crise que nos assola. Afinal, está encerrando uma carreira de
32 anos no Senado, depois de haver sido ministro, líder de governo e governador
do Rio Grande do Sul. Foi, e continua sendo, antes de tudo, um dos pilares em
que se assentou a reconstrução da democracia no país, bem como um arauto, raras
vezes ouvido, de soluções éticas para rompermos o cipoal em que sucessivos
governos, depois de Itamar Franco, nos aprisionaram.
Volta aos pampas, mas com uma agenda de fazer
inveja: vai atender às centenas de convites recebidos para falar aos jovens,
nas universidades e sucedâneos, demonstrando que apesar dos percalços, o Brasil
tem saída. Pelo menos, há quem se anime a apontá-la.
Carlos Chagas/blog do Magno Martins
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